quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Errar é Humano, Perdoar é Divino!

Diocese de Juazeiro
Paróquia Santa Terezinha
Comunidade São Clemente Maria



Um dia após natal de 1751, nascia o décimo segundo filho da humilde família hofbauer. Era o pequeno João Evangelista, filho de Maria Ester e Pedro Paulo. De família muito religiosa, o futuro São Clemente Maria foi batizado no mesmo dia em que nasceu 26 de dezembro, dia de muito frio na cidade européia de Tasswitz, na Áustria.

A vida de Clemente sempre foi marcada pelo sofrimento, de doze irmãos sete morreram ainda pequenos e aos sete anos de idade ele amargou uma de suas maiores perdas, a morte de seu pai. Foi nesse período de muita dor que D. Maria Ester lhe deu uma grande lição de fé. Ao passarem em frente a um grande crucifixo, ela lhe disse: “Meu filho, olha, este será de agora em diante o seu pai! Esforce-se para cumprir com perfeição a sua santa vontade”!

Foi sempre procurando fazer a vontade de Deus que Joãozinho era dedicado à missa e às visitas ao sacrário. Percebendo a dedicação do menino, o bom vigário convidou João para ser coroinha! Quanta alegria, aquela batininha vermelha.

Joãozinho sentia o chamado de Deus para o sacerdócio, mas não via como realizar seu sonho. Aos dezoito anos coma profissão de padeiro, Clemente foi a Roma ver se conseguia vaga em algum seminário. Não foi aceito, voltou à Alemanha.
De novo na Alemanha, Clemente conseguiu uma vaga de ajudante de padeiro na Abadia de Klösterbruck. Trabalhava durante o dia e estudava à noite. Em 1776 Clemente terminou o ginásio e partiu novamente em busca de um seminário que o aceitasse. Na primeira viagem que fez à Roma, Clemente ficara sabendo de uma ermida, na cidade de Tívoli. João foi aceito como eremita sendo então rebatizado, como Clemente, pelo bispo de Tívoli, Gregório Chiramonti, futuro grande papa pio VII.

Clemente foi muito feliz em Tívoli, mas não queria ser um eremita, queria ser padre e vai em busca desse sonho, agora na Áustria. Ao chegar em Viena, Clemente passou a ajudar nas missas que acontecia na catedral de Santo Estevão. Tempo difícil para Clemente, devido à pobreza ele não via como avançar no caminho do sacerdócio. Mas o espírito estava com ele.

Certo dia após a missa passou a chover muito em Viena e havia duas senhoras na frete da catedral. O bom clemente ao perceber que as senhoras careciam de uma carruagem ofereceu-se para ajudá-las. Clemente conseguiu a carruagem e as senhoras lhe ofereceram uma carona. No caminho ele contou a elas de sua vocação para o sacerdócio e das dificuldades financeiras. Elas se comoveram com a história de Clemente e se prontificaram para custear os estudos dele.

Clemente cursou filosofia em Viena e começou a cursar teologia, mas não concordava com os métodos de ensino nos seminários da Áustria. Resolveu abandonar o curso de Viena e ir procurar terminar seus estudos em Roma. Clemente chegou à cidade eterna e não sabia que congregação procurar. Tomou uma resolução: “Os primeiros sinos que tocarem amanhã, eu vou até lá”. Assim fez, e ao procurar quem eram aqueles padres, um coroinha lhe disse: “São redentoristas e você vai ser um deles”. A profecia do coroinha se cumpriu. Em 1784 Clemente e seu companheiro Tadeu começaram o noviciado na casa de São Julião.

A congregação dos Redentoristas foi fundada por um jovem advogado de sucesso, Afonso de Ligório. Embora Clemente e Afonso nunca terem se encontrado pessoalmente, o fundador da congregação punha muita fé nos dois estrangeiros da Germânia, profetizando até que o futuro da congregação estava nas mãos deles.

No dia 29 de março de 1785 Clemente e Tadeu foram ordenados padres. No dia seguinte Clemente celebrou sua primeira missa, em uma carta desse tempo, ele confessou a sua mãe: “Minhas mãos tremeram, mãe, ao segurar a hóstia divina e o cálice sagrado!” O sonho de clemente Deus realizara. Agora ordenado padre, clemente recebeu a incumbência de levar a congregação Redentorista à Áustria. Não foi possível, tudo deu errado na terra josefinista. Partiu para a Polônia. Em Varsóvia Clemente recebeu uma igreja em ruínas, sem povo e em estrutura física. O nosso santo já tinha ânimo, só pensava em voltar para a Áustria. Mas o espírito o fez reagir, e Clemente começou a conquistar a confiança dos alemães que moravam em Varsóvia e depois a dos poloneses.

A paróquia de São Beno crescia a olhos vistos, o padre Clemente cuidava de uma creche, fundara um centro de formação para leigos, além de um noviciado. Tudo ia muito bem em São Beno, missa em latim, alemão e polonês. Os sacramentos eram administrados com dedicação, e o povo reconhecia, participando e se entregando cada vez mais. São Clemente Maria aproveitava o bom andamento de São Beno e viajava a outros países para formar novos centros redentoristas, mas sem sucesso. De volta à Polônia, Clemente viu a situação política se agravar. Os padres redentoristas foram expulsos do país. Povo de Deus sofria, expressando isso em lágrimas. Mas, quais eram os planos de Deus?

Ah, Deus queria que Clemente fosse agora anunciar o Cristo ressuscitado na descrente Áustria. Lá o bom povo de Deus estava perturbado com as novas teorias iluministas que tentavam por em descrédito o papel da igreja e tudo  o que ela ensinava. Por isso, Deus dera de presente ao povo de Viena um santo que se preocupava e cuidava dos pobres, exemplo de homem orante. Um padre que falava ao povo com a convicção de um Deus que é tão simplesmente amor. Que não há pecado sem perdão, porque o amor de Deus é incondicional.

E Clemente conquistou a confiança e o amor das pessoas de Viena. Pelo zelo que tratava o sacramento da reconciliação. Seu carisma era reconhecido entre pobres e ricos, letrados e iletrados, jovens e velhos. Tanto que após sua morte Clemente foi aclamado “Apóstolo de Viena” e padroeiro da capital austríaca.

O dia de março de 1820 chegou, e com ele a morte de Clemente. Toda a população Viena queria se despedir do seu apóstolo. O enterro do nosso santo mais parecia uma procissão, lágrimas nos rostos, adeuses cheios de amor e uma certeza: Clemente estava agora ao lado de Deus intercedendo por nós.

Hoje São Clemente Maria renasce a cada instante na periferia de juazeiro. No Bairro de Piranga II, sua comunidade cresce a todo instante. A boa Nova de Cristo é anunciada e se fortalece nos corações das crianças, jovens e idosos, de São Clemente Maria Hofbauer.





                                                                                                           Karlos Lory de Oliveira

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